Na sessão ordinária realizada nesta última quarta-feira (5), na Câmara Municipal de São Gonçalo, o vereador Professor Josemar (Psol) voltou a abordar um tema de enorme interesse da população: transporte público de passageiros. Com a desenvoltura peculiar, o parlamentar iniciou seu discurso exaltando os trabalhadores dos transportes alternativos, reiterou seus esforços para a legalização dos mesmos e denunciou as ações irregulares e operações ilegítimas do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO-RJ) no município.
“Na semana passada, tivemos a apresentação de um projeto que transforma a data de 10 de maio em Dia do Trabalhador do Transporte Alternativo. Essa iniciativa é fruto de uma ação que foi defendida em 2017. Hoje, trago à essa casa um assunto de extrema relevância relacionado ao transporte alternativo, que é a atuação do DETRO-RJ no município. Por meio da Organização dos Trabalhadores, tivemos acesso a este documento, que comprova que desde 2011 não há convênio celebrado entre o DETRO-RJ e a Prefeitura de São Gonçalo. Isso quer dizer que este órgão estadual não tem legitimidade para atuar no nosso município. O documento está aqui em nossas mãos e esperamos que o governo saiba disso também para que a gente não tenha problema. Com base nesse documento que temos em mãos todas as operações realizadas por esse órgão nos últimos 10 anos em nossa cidade foram irregulares. E isso não pode mais continuar. Fizemos um requerimento de informações à Secretaria Municipal de Transportes e, até agora, o responsável pela pasta não se pronunciou oficialmente. Continuamos aguardando respostas, pois o assunto é muito sério”, enfatizou o vereador, que valeu-se da oportunidade para tecer críticas também ao Consórcio São Gonçalo de Transporte, responsável pela prestação do serviço de transporte de passageiros no âmbito municipal.
“Estaremos avançando no debate junto à sociedade para legalização do transporte alternativo e também contra o Consórcio São Gonçalo de Transporte, que é uma grande farsa que a gente tem aqui na nossa cidade, com linhas municipais que são ainda dos Anos 80, quando a nossa realidade já mudou há muito tempo. A última linha que foi consorciada aqui foi a linha 58 (Rio do Ouro), que é uma linha de 1978. E a cidade cresceu. O segundo e o terceiro distrito da nossa cidade, que envolvem Ipiíba e Monjolos, cresceram muito. Então é necessário rever. O Consórcio São Gonçalo de Transporte nada tem a ver com a realidade do nosso município. Pertence a um pequeno grupo de empresas de ônibus que fazem o que querem aqui na nossa cidade. É um absurdo o que acontece”, concluiu Josemar.
Comungando o pensamento do Professor Josemar, o vereador Romário Régis (PC do B), destacou a importância do transporte alternativo para a população e exemplificou como esse modal poderia ser usado no município em casos de pouca oferta de transporte público de passageiros.
“É um absurdo que algumas linhas municipais ainda sejam tão carentes de ônibus e de serviço. No Gradim, por exemplo, tem a operação da Viação Estrela que é totalmente sucateada do ponto de vista de volume. Quando a gente vai à Praia da luz, percebe a demanda que se tem naquela região e, ao mesmo tempo, a flagrante falta de ônibus. Esse problema poderia ser solucionado por meio de outras estruturas e modais, como é o caso do transporte alternativo”, salientou o parlamentar.
Respondendo oficiosamente ao questionamento do Professor Josemar no que diz respeito à atuação do DETRO-RJ em São Gonçalo, seu colega Cici Maldonado (PL) revelou que manteve uma conversa com o secretário municipal de Transportes, Fábio Lemos, e este lhe informou que o DETRO-RJ não atuará mais no município.
“Conversei com o secretário Fábio Lemos, que confirmou que o DETRO-RJ não tem realmente nenhum convênio com a Prefeitura e garantiu que nesse governo ele não entrou no município. O secretário garantiu, enfaticamente, que eles não entraram nem vão entrar. Esperamos que não entre mesmo. Antes eles faziam o que queriam aqui, mas hoje não fazem mais. Esse órgão estadual está legalmente impedido de atuar dentro da nossa cidade”, assegurou Cici.
*Matéria redigida pela estagiária Louise Costa, sob a supervisão do assessor chefe de Comunicação Social da CMSG, jornalista Paulo Pintinho dos Santos.