Com o objetivo de apontar a importância dos cuidados mentais a familiares de pessoas acometidas pelo câncer, na manhã desta quarta-feira (09/10), o plenário Joaquim Lavoura recebeu a palestra: “Câncer de mama e saúde mental, cuidado com o corpo e a mente”, em alusão ao Outubro Rosa. O evento contou com relatos de familiares de pessoas acometidas pelo câncer de mama, e até mesmo pessoas já curadas pela doença.
A conferência contou com a presença da Coordenadora de Políticas Públicas de Combate ao Câncer, Patrícia Silva; com a assistente social, Adriani Cescon; a terapeuta ocupacional e coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Capsad), Adriana Leckar; e o Diretor de Oncologia de São Gonçalo, Dr. Edmar Lopes.
“É essencial o apoio dos familiares. Costumamos dizer que a família não pode demonstrar fraqueza na frente da pessoa. Não pode chorar na frente, não pode demonstrar sua dor. E quem cuida da família? A família também precisa de apoio, de acolhimento, de abraço, pois todos eles têm uma função muito importante na vida da pessoa diagnosticada. Claro, estamos aqui para ajudar a todos, mesmo aqueles que não têm apoio da família, mas faça-se esse registro”, disse emocionada Patrícia Silva.
Ao todo, 30 pessoas acompanharam a palestra que foi abordado que como todo impacto da doença no corpo físico do paciente, normalmente a autoestima também é afetada – de uma forma mais intensa nas mulheres. A baixa autoestima dos pacientes é consequência de uma mudança da autoimagem durante o tratamento.
“A função desse encontro é termos um olhar diferenciado para cuidar da família. Às vezes as pessoas querem falar mas não tem com quem conversar, às vezes as pessoas são abandonadas pela família, ninguém está preparado para receber o diagnóstico. Ajudando a família do paciente, nós vamos ajudar a todos a ter uma melhor qualidade de vida”, comentou Adriana Leckar.
Na quimioterapia pode ocorrer a queda de cabelo, perda ou ganho de peso. No caso de mastectomia (retirada cirúrgica da mama), existe a mutilação física. Isso pode afetar muito a autoestima, principalmente nas mulheres, podendo comprometer suas relações afetivas. Várias áreas da vida podem ser afetadas pela autoestima, para a melhora da autoestima, as atividades que geram bem-estar, como estar com pessoas agradáveis que dão suporte e ter com quem expressar as emoções quando estiver entristecido.
“As pessoas recebem o diagnóstico como se fosse uma sentença de morte. O medo que apavora a gente, apavora quem está doente também. Dentro dali está uma pessoa viva. Sabemos que é difícil, o tratamento é pesado. Todo mundo sabe que a medicação mexe com o humor, com o sono, com o peso. Não estamos aqui para romantizar o câncer. Por isso nós precisamos ter tempo para cuidar da saúde mental. Sabemos que a saúde mental sofre um preconceito muito forte, mas se a gente não cuida da mente, o corpo não consegue responder”, afirmou Adriani Cescon.