A Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal recebeu na manhã desta quarta-feira (10), a visita do Sr. Neilton Pinto e de sua esposa, Sra. Rafaela Mattos Pinto. Eles são os pais de João Pedro Mattos, adolescente assassinado em 18 de maio do ano passado, dentro de sua residência, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O crime ocorreu durante uma operação conjunta realizada por agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. No momento em que foi alvejado na barriga por uma bala de fuzil, o estudante de 14 anos de idade, brincava inocentemente com seus amigos em um dos cômodos da casa.
À época, a morte de João Pedro indignou a sociedade brasileira e teve enorme repercussão na imprensa internacional, fato que estimulou autoridades do Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário a se mobilizarem institucionalmente. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, chegou a expedir uma ordem judicial proibindo a realização de operações policiais em comunidades do Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia do Covid 19. Em seu despacho, o magistrado, demonstrando preocupação com eventuais reincidências, citou o caso de João Pedro.
Ocorre que com o passar dos meses, o caso que comoveu o Brasil foi perdendo espaço na imprensa, o ritmo das investigações desacelerou, aumentando ainda mais a angústia dos familiares e amigos da vítima. Na reunião realizada nesta manhã, com o vereador Professor Josemar (Psol), presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos, os pais de João Pedro relataram que até a presente data o laudo pericial sobre o disparo fatal sequer foi concluído. Diante do que considerou um prenúncio de descaso, o parlamentar comprometeu-se a reunir-se com os demais colegas para adoção de providências regimentais que possam dar suporte institucional à família que luta por Justiça.
“O crime bárbaro que ceifou a vida de um menino negro, pobre e morador de comunidade é recorrente não só em nosso município, mas também em todo país. É mais um emblemático caso de preconceito social e racial que impera na nossa sociedade. A vinda dos pais de João Pedro à Câmara Municipal em busca de suporte institucional é oportuna, pertinente e legítima. Esse crime não pode cair no esquecimento e muito menos ser agasalhado pelo manto da impunidade. Essa família gonçalense não ficará desamparada nessa luta por Justiça. Por meio da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, a partir de agora acompanharemos o andamento do inquérito e daremos total visibilidade aos fatos”, afirmou o vereador Professor Josemar.
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