Na tarde desta sexta-feira (18/11), em alusão ao Dia Nacional da Umbanda comemorado no último dia 15 de novembro, foram distribuídas em sessão solene 25 moções de aplausos no plenário Joaquim Lavoura, no Palácio 22 de Setembro. Entre os agraciados estavam pais e mães de santo, pesquisadores, artesãos e pessoas em geral que contribuem com as práticas umbandistas. As moções foram promovidas pelo vereador Jorge Mariola (Podemos), onde ainda foi lida e relançada a Carta Magna da Umbanda.
Durante a sessão foi entoado o hino nacional, o hino da Umbanda ao som dos atabaques de Victor de Xangô, o hino da Carta Magna com Cae Lopes, além de uma apresentação cultural, a dança dos Orixás, também sob atabaques. Um dos homenageados foi, Josemar Sodré, o pai Josemar D’Umulú que possui uma casa no bairro Jardim República, em São Gonçalo. Uma de suas qualidades, é lidar com as necessidades emergenciais das pessoas, principalmente de seu quadro familiar. Sua casa foi aberta para um único propósito, prestar caridade, ajuda pessoal às necessidades e sem fins lucrativos.
O vereador Jorge Mariola (Podemos), afirmou que já elaborou muitas leis e projetos em prol da religião e dos afrodescendentes no Poder Legislativo gonçalense. “Ficamos muito felizes e gratificados, por comparecer e pelo interesse pela religião. Ver que ela vem crescendo cada vez mais, uma religião tão grande e faz parte da nossa história. A gente vê com tristeza a intolerância e a covardia que alguns fazem com a nossa cultura. Temos 114 anos da existência da umbanda, no nosso município que foi pioneiro com o primeiro centro do pai Zélio. Porém, tínhamos um governo preconceituoso que derrubou a nossa história. Então lutamos pelo respeito com os umbandistas e com outras vertentes da matriz africana. Todos merecem o respeito! Eu tenho uma lei nessa aqui na Câmara que pretende colocar o ensino das religiões afrodescendentes nas escolas. Quem sabe assim, a gente consegue ensinar às nossas crianças um pouco de história e acima de tudo propagar a empatia com o próximo”, comentou o presidente da sessão solene.
Quem também agradeceu pela oportunidade foi o vice-presidente estadual da RJ-ICMU, pai Waguinho Macumba. “É com orgulho que digo que sou umbandista e vivo por essa religião. Precisamos reforçar a importância desse documento para a nossa comunidade umbandista e precisamos ser multiplicadores dessa proposta tão nobre. Não podemos achar que o Legislativo seja só de celebrações e comemorações. Temos que usar essa Câmara para fazer valer nosso direito e não só no meio social como também dos nossos interesses religiosos. Eu fico muito feliz por ver que temos voz em nosso Legislativo municipal. Aprovaram um projeto que torna patrimônio de natureza imaterial as religiões de matriz africana. Esse é um dos motivos de fazermos questão de estar por dentro da política de nosso município”, discursou.
Compuseram a mesa da sessão o vereador, Jorge Mariola (Podemos); a representante da subsecretaria de igualdade racial de Niterói, Glória Anselmo; o presidente estadual do Instituto Nacional da Carta Magna da Umbanda (ICMU), pai Marcelo; coordenador geral da Carta Magna da Umbanda, pai Ortiz Belo; o vice-presidente estadual da RJ-ICMU, Pai Waguinho Macumba; Pai Aécio, presidente estadual do MT-ICMU; e a Ialorixá Mãe Dora de Iansã. Representante do mandato de Romário Régis (PDT) também esteve presente.
História – Vale ressaltar que a religião possui antigos laços com São Gonçalo, visto que foi na nossa cidade em que ocorreu a famosa “Anunciação da Umbanda”, quando em 1908, médium Zélio Fernandino de Morais recebeu a entidade que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, e após isso fundou a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, na Rua Floriano Peixoto, no bairro de Neves, sendo esse um marco na história da crença.
Carta Magna da Umbanda – É um documento que tem por finalidade atingir a opinião pública sobre o que é a umbanda, sua cultura social, política e religiosa, tendo a responsabilidade de mostrar fundamentos de sua organização. Os pontos defendidos no documento são aspectos claros existentes em qualquer vertente da religião de umbanda, e passam a ser uma forma de normatizar a base da religião. Não é intenção que o referido documento venha, em nenhum momento, ser algum tipo de codificação, deixando livre quem não aceitá-lo.
Uma solenidade que veio a fortalecer a nossa Umbanda e enaltecer seus adeptos e seguidores.
Graças a Deus a Umbanda saiu das sombras com uma outra cara com essa revisão de nossa Carta Magna!!!
Olá!
Quando serão convocados os aprovados que fizeram provas em JUlho/2022, do último Concurso da Câmara de São Gonçalo?