O I Fórum de Debates para juventude gonçalense foi encerrado na na última sexta-feira (12), com debates sobre Segurança Pública, Intolerância Religiosa e Discriminação Racial. O presidente da Comissão de Juventude da Câmara de São Gonçalo, o vereador Lucas Muniz presidiu a sessão. Contou com a participação de vereadores, sociedade civil organizada, alunos da Escola Paulo Freire e Colégio Estadual Nilo Peçanha.
O presidente da Comissão de Juventude da Câmara, Lucas Muniz, falou sobre a violência da cidade. “Na área de Segurança Pública, parece que estamos vivendo uma guerra. Eu fiz uma pergunta ao Major, da quantidade do efetivo nas ruas e ele me respondeu que por dia em média 120 homens. Fazendo um cálculo rápido, para cada 10 mil pessoas, 1 policial. Não é o suficiente!”, disse o vereador.
Já o vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, o vereador Maciel, disse que sua experiência como Policial Militar pode contribuir para a melhora da Segurança Pública. “Sou Policial Militar há quase 20 anos, atuei na cidade junto com o Coronel Salema. E, hoje estou no meu segundo mandato como vereador. E, na Comissão de Segurança já solicitamos aumento do efetivo, viaturas e melhores condições de trabalho”, explicou o vereador.
Para o deputado estadual, o Coronel Fernando Salema, é importante o debate porque São Gonçalo é a segunda maior cidade do Estado do Rio de Janeiro. “Os índices de São Gonçalo impactam. Porque aqui, tudo é grande: o territória e a população. O governador (Wilson Witzel), já prometeu enviar 200 homens para o 7º BPM, mas não é o ideal e nem todos vão para ás ruas. O nosso estado tem a maior macha criminal do país e os marginais cada vez mais empoderados”, disse o deputado estadual, Cel. Fernando Salema.
Representando o 7º BPM, o Major Adelino Medeiros falou sobre a troca de comando em janeiro e como estão os índices na cidade. “O Comandante do 7ºBPM, o Coronel Ronaldo Martins, assumiu o posto no dia 14 de janeiro e eu no dia 22. Nós trabalhamos com metas e já conseguimos bater muitas delas. A população não conseguia mais passar pela BR, atuamos no percurso e está controlado o roubo de carro, assim como em toda cidade. É a primeira em roubo de carga, o número assustador e o nosso maior desafio. Ser policial em São Gonçalo não é para amador, porque a cidade é muito grande. Trabalhei seis anos em UPP e aqui é mais desafiador”, declarou o Major.
A Presidente do Dandaras para Sempre, Daniele Gonçalves, questionou a mesa porque a população negra é sempre discriminada e um negro levou 80 tiros. Em resposta, o deputado estadual, Fernando Salema, o exército não está preparado para essa abordagem, e falou que a PM também é formada por negros. “Nossa tropa é maioria formada por negros, e também morrem. A ação foi errada. Eu também fui pobre, nasci na Comunidade de São Carlos, no Rio de Janeiro e tive oportunidade. Mas vi muitos amigos no crime”, explicou o Coronel Salema.
A Mãe Jussara de Iemanjá falou sobre a sua luta pela igualdade. ” Sou Presidente do Conselho de Igualdade Racial, Membro do Conselho de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, do Conselho dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro e Conselheira Municipal de Cultural. Lutamos por todos estes temas”, explicou.
Ao final o vereador Lucas Muniz pediu ajuda para os deputados que representam o município. “Peço ao Salema, que representa São Gonçalo na ALERJ, e os outros deputados estaduais e federais, para trazer recursos para nossa cidade”, finalizou o vereador.
Estavam presentes: o deputado estadual, Fernando Salema, o representante do 7 BPM, Major Adelino Medeiros, Mãe Jussara de Iemanjá, os vereadores Salvador Soares, a representante da OAB-SG, Dra Telma Saraiva e os vereadores: Salvador Soares, Maciel e Jalmir Junior. Além de alunos do Colégio Municipal Paulo Freire e do Colégio Estadual Nilo Peçanha.