A Câmara Municipal de São Gonçalo aprovou por 14 votos favoráveis e oito contrários o projeto de lei nº 28/2022 de autoria do vereador Cacau (Cidadania) que dispõe sobre o ‘destombamento’ do Tamoio Futebol Clube, na sessão desta quarta-feira (23/02), no Plenário Prefeito Joaquim Lavoura. A instituição centenária é localizada na Avenida Presidente Kennedy, 101, centro de São Gonçalo.
Durante a votação da Mensagem, vereadores contrários: Cidi Maldonado (PL), Pedro Pericar (PSL), Romário Régis (PCdoB), Lecinho (MDB), Professor Josemar (Psol), Priscila Canedo (PT) e Vinícius (SDD); e favoráveis Cacau (Cidadania), Alexandre Gomes (PV), usaram a tribuna da Casa para destacar as suas respectivas opiniões e exaltaram os seus pontos positivos e negativos da proposta. Em seguida, o presidente do Poder Legislativo, o vereador Lecinho Breda (MDB) iniciou a votação e a maioria dos parlamentares decidiu pela aprovação. O projeto segue para a sanção ou veto do prefeito Capitão Nelson.
O autor do projeto, o vereador Cacau (Cidadania) iniciou a discussão do projeto alegando o projeto pois o Clube Tamoio não existe mais. “Um grupo de empresários o comprou, o qual já vinha se acabando a vários anos. Como eu quero o crescimento da minha cidade, estou aqui apresentando esse projeto no qual irá gerar emprego, renda em nosso município e segurança aos arredores. É o crescimento da nossa cidade. Respeito a opinião de todos e quero pedir respeito a minha opinião a todos os vereadores, assistentes e os demais. Várias pessoas me perguntam o porquê estou apresentando esse projeto, mas eu já fui ao Tamoio diversas vezes e não vejo nenhuma ação da prefeitura lá e nenhum de vocês também, muitos querem fazer politicagem no Tamoio e eu me pergunto o porquê não foram lá antes para ajudar o clube. Essa é minha opinião, pelo crescimento de São Gonçalo, o qual eu sempre sonhei com melhorias”, disse o parlamentar em sua justificativa.
O presidente da Câmara, o vereador Lecinho (MDB) autor da lei que classifica o Tamoio Futebol Clube como patrimônio histórico da cidade, disse estar muito triste com essa votação, mas que respeita a opinião dos parlamentares. “Sei do momento difícil em que clube vinha passado e por isso propus o tombamento. O Clube foi vendido para empresários e se tivesse sido vendido para pagar as dívidas de todos os funcionários e não o parecer dado por um juiz. Sei que sou voto vencido. Respeito todos os vereadores e o voto de cada um. Eu sempre me coloquei à disposição para ajudar ao clube e vou continuar com a minha vontade de auxiliar o Tamoio no que for preciso. Eu posso garantir que o meu voto vai continuar com o clube. Eu tenho a minha posição formada sobre esse processo e todos sabem. O projeto de Lei nº 702/2017, sancionado pelo então prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci, é de minha autoria o tombamento da sede da instituição e tornando patrimônio cultural da nossa cidade. Eu vou continuar ao lado do clube!”, discursou.
O vereador Alexandre Gomes (PV), líder do governo na Casa, defendeu o projeto e atribuiu o fracasso do Tamoio aos atuais diretores que vivem de usurpar os aluguéis de suas dependências. Disse ainda, que a incompetência fez chegar a esse ponto é que seja o que for, o destombamento se faz necessário para pôr fim a um pesadelo que assombra o centro da cidade. “O Clube Tamoio foi retirado dos seus sócios por uma ação trabalhista. Os diretores do clube deveriam acompanhar esse processo e não deixar chegar a esse ponto. Não é essa Casa que está tirando o direito do Clube e quem tirou foi a Justiça dos seus associados. Eu defendo a geração de emprego e renda na nossa cidade, mas não podemos colocar a culpa nessa Casa. E a culpa é dos diretores”, afirmou.
O vereador Cici Maldonado (PL) disse discordar dessa votação, pois não houve audiência pública para ouvir a população, a sociedade civil organizada para debater e discutir o assunto e até mesmo os empresários para trazer mais explicações e o poder executivo para debater o assunto. “Essa é uma situação que me contrapõe, esse atropelamento. Eu não assinei o regime de urgência. Será que a situação do Tamoio é realmente irreversível na justiça porque os associados, diretores, a presidência, disseram que é possível reverter. Nós deveríamos ouvir essas pessoas para ter o maior entendimento e com certeza aí sim, voltaríamos com o voto mais consciente. O destombamento dever ser para algo para a população como hospital, escola técnica, ginásio esportivo. Não para interesse de empresários”.