A Câmara Municipal de São Gonçalo realizou, na manhã desta terça-feira (06/09), a audiência pública: “Entendendo o HTLV e suas consequências”, no plenário Joaquim Lavoura. O encontro foi presidido pelo presidente da Comissão de Saúde, Assistência Social e da Frente Parlamentar de Enfretamento as ISTs/ HIV/Aids e Tuberculose, o vereador Bruno Porto (Cidadania).
Na audiência foi dada uma palestra pelo médico infectologista e professor adjunto da UERJ, Gustavo Magalhães, sobre o HTLV, com slides detalhados, que passaram por diversos pontos, desde as origens do vírus, as regiões do planeta onde ele costuma se espalhar, sua taxa de mutação, sua epidemiologia e as maneiras de se transmitir e evitar a transmissão.
De acordo com o vereador Bruno Porto (Cidadania), será criado uma cartilha, acatando uma sugestão da sociedade civil, vamos aguardar dados oficiais, para a elaboração dela. Além dessa ser uma decisão da Frente Parlamentar e será encaminhado ao Poder Executivo. Para fazer essa parceria para fazer essa divulgação.
“Confesso que este é um tema que eu nunca tinha ouvido, foi um nome que até me assustou quando a Sandra apareceu para conversar comigo (risos). Agradeço a presença de todos, a Frente Parlamentar vai continuar debatendo sobre a questão do HTLV, assim como outras questões que fazem parte da Frente Parlamentar de combate às ISTs e hepatites virais e tuberculose e quem sabe futuramente o HTLV”, declarou o parlamentar.
Já o infectologista, Gustavo Magalhães, afirmou de nome “vírus linfotrópico de células T do homem”, é um vírus muito parecido com o do HIV o que causa muita confusão, ele foi descoberto na década de 70, antes do HIV.
“O diagnóstico é feito por um teste chamado ELISA, semelhante ao teste feito para o vírus HIV. 97% das pessoas são assintomáticas e não há antirretrovirais para o HTLV, assim como não há vacina. No Brasil há entre 300.000 a 800.000 casos. Ou seja, como é uma doença pouco conhecida, não há profilaxia anti e pós exposição e a única maneira de evitar a transmissão é usar preservativo e não amamentar o filho”, explicou o especialista.
A presidente do Centro de Atenção e Atendimento à AIDS (CAIDS), Flávia Fabiana, festejou a valorização dada pelo Poder Legislativo na campanha de combate às ISTs. Segundo ela, a Câmara abriu as portas e isso é muito importante. Escutamos não só a voz do parlamento, mas também do povo e de quem sofre a doença.
“A proposta da Frente Parlamentar, através do vereador Bruno Porto para discutirmos as políticas públicas voltadas em prol HIV e ISTs, dentre elas a HTLV, que é uma doença que não é falada, e a gente por conhecer o trabalho da ativista Sandra, resolvemos trazer para a Câmara Municipal para discutirmos essa questão. Antes não tínhamos essa transparência relacionada às doenças. Dou os parabéns pelo Município de São Gonçalo ter avançado na política contra o HIV através da Câmara de Vereadores”, destacou a voluntária na instituição há 20 anos.
A audiência pública foi transmitida em tempo integral pela TV Câmara pelo YouTube e Facebook, e mantida lá para os cidadãos assistirem posteriormente. Entre os componentes da mesa estavam presentes o médico infectologista e professor adjunto da UERJ, Gustavo Magalhães; a representante dos portadores de HTLV no Brasil e ativista pela conscientização da causa; Sandra Valle; a assistente social do Programa de IST, AIDS e hepatites virais; Vanessa Brandt; os representantes do Poder Executivo como Jorge Cristiano, da Secretaria Municipal de Assistência Social; Jairo Mello, subsecretário municipal de transportes; e os vereadores Romário Régis (PDT) e Jorge Mariola (Podemos).