Após fiscalizar escolas e constatar a falta de merenda, o vereador Professor Paulo, realizou Audiência Pública, na tarde de ontem (17), na Câmara Municipal de São Gonçalo. O assunto discutido, foi o contrato com a prestadora de serviço de merendas, publicado no diário oficial do município, no valor de R$ 25 milhões. O vereador Maciel fez uma denúncia grave quanto a empresa. E, o vereador Professor Paulo, vai realizar uma reunião na próxima semana para discutir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
“Descobri o local que é armazenada e fui até o endereço, era Mercado Charme, no Colubandê. O gerente me recebeu e falei sobre a merenda, ele perguntou se eu tinha ido buscar o FIFO. Não sabia o que era, então fui atrás. Mas logo revelei que era vereador. Ele saiu correndo. E depois descobri o que significa “FIFO”, são mercadorias com a validade vencida ou perto de vencer”, disse o vereador.
Ainda de acordo com o vereador Maciel a empresa já prestou serviço para saúde e teve o contrato cancelado devido ao péssimo trabalho.
Outra grave acusação foi da merendeira, Patrícia Ferreira Matos, do Escola Municipal Prefeito Nicanor Ferreira Nunes, no Jardim Catarina, sobre as condições de trabalho e a qualidade dos alimentos. “Queria saber como é feita a divisão dos alimentos. Em algumas escolas tem muita carne e outras nada. E outro ponto é atentar para a saúde das merendeiras. Elas tem que fazer tudo, comida, limpar, servir e muitas vezes, uma por escola. Queremos trabalhar, mas em melhores condições”, explicou a merendeira.
O aluno do EJA da Escola Municipal Almirante Alfredo Carlos Soares Dutra, em Alcântara, Marcos Pereira Silva, disse que muitos alunos passam mal com a comida e tem pouca variedade. “Em um mês eu não como nem 1kg de carne. Quando tem carne, frango são três pedacinhos. E a comida é ruim, e os amigos sempre falam que não se sentiram bem”, disse o aluno do EJA.
O Secretário de Educação, Marcelo Azeredo, explicou o problema das merendas no início do mês. “Estou a frente da Secretaria há seis meses, já peguei o processo correndo. Fui ao Ministério Público para resolver a dívida e não deixar faltar a merenda. Mas o processo acabou estendendo além de março. O valor empenhado é de R$25 milhões. Em abril gastamos R$1.100 milhão. Na primeira semana de abril, tivemos problema sim. Já está normalizado, aumentamos as quantidades”, disse o secretário.
Em resposta aos questionamentos do valor empenhado e sobre a empresa, o secretário, Marcelo Azeredo, informou que o processo é feito pela Secretaria de Compras, é competência da Secretaria de Educação, somente o termo de referência.
O presidente da Comissão de Educação da Câmara, Professor Paulo finalizou a audiência, falando que vai se reunir na próxima semana, com os membros da comissão para definir a abertura da CPI da Merenda.
Estiveram presente: Presidente do Conselho Municipal de Educação, Sandra Regina Teixeira, Presidente do FUNDEB-SG, Tânia Correa, Conselheiro Secretário- Conselho de Alimentação Escolar -CAE, Secretário de Educação, Marcelo Azeredo, vice-presidente da Comissão de Educação da CMSG, José Carlos Vicente, os vereadores: Salvador Soares, Gilson do Cefen, Natan e Vinicius.