A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, presidida pelo vereador Lucas Muniz, realizou na manhã desta quinta-feira (08), uma Audiência Pública na Câmara Municipal de São Gonçalo. A sessão recebeu a família do menino de 6 anos que foi atingido por um fio de alta tensão e advogada para buscar respostas para o caso. Além de moradores que reclamaram de cobranças exorbitantes na conta de luz, vereadores, sociedade civil, representantes da Enel e INMETRO.
O menino Adrian Cardoso da Silva, de 6 anos, que foi vítima de uma descarga elétrica no bairro Almerinda, e, em abril, teve o seu braço direito amputado.
“O incidente aconteceu após Adrian encostar em um fio de alta tensão que havia arrebentado, na Rua Líbano Ratazzi. A família avisou à Enel, sobre a situação, mas as equipes foram enviadas ao local somente após o garoto ter sofrido a descarga elétrica. Ele foi salvo pelos vizinhos e levado para o Hospital Alberto Torres, com 60% do corpo queimado e teve uma amputação traumática. A Enel hoje só auxilia no tratamento. Mas queremos saber o que vai acontecer quando ele tiver alta”, explicou a advogada Irene Brum.
A mãe de Adrian, Adriana da Silva, contou que a Enel está prestando assistência à família. Mas que todos ficaram abalados e não sabe o que fazer para superar esse trauma.
“Eu tive um filho normal, uma gravidez perfeita. E, hoje o meu filho está sem um braço. Ele acha que o braço vai crescer. Vou em casa uma vez na semana, tenho outros dois filhos. O pai também paralisou a vida para viver em função dele. Somos uma família humilde e sem estrutura para recebê-lo em casa. Queremos uma resposta da empresa quanto ao tratamento após a alta”, argumentou a mãe.
A representante institucional da Enel Joseli Cabral, após os relatos, disse que não tem competência para responder sobre o assunto, mas prometeu marcar um reunião. “Ainda hoje, entro em contato com uma data para uma reunião com setores responsáveis que possam ajudar a família”, explicou.
Já o morador da Trindade, Plínio Satolo, relatou um caso de uma casa que está fechada há três anos e tem cobranças abusivas. “A casa da minha avó que faleceu está fechada há três anos, no bairro Lagoinha e tem mês que vem com a conta zerada, no outro mês cerca de oitenta reais e a empresa diz que é furto de energia. Mas nada é feito. Eu tenho que processar a empresa para conseguir resolver o problema”, disse indignado Plínio Satolo.
Para o vereador Jalmir Junior a empresa não presta o serviço de qualidade na cidade e disse que vai ajudar no que for preciso no caso do menino Adrian.”Sou pais de dois filhos e ver o menino Adrian antes e agora é muito triste. Espero que ele se recupere fisica e emocionalmente.E, a empresa tem que reparar esse dano, isso foi um crime! Vamos ajudar de forma jurídica a família, porque a empresa tem descaso com o serviço que prestado em nossa cidade”, disse o vereador, um dos integrantes da CPI da Enel.
O presidente da CPI, Lucas Muniz, falou sobre as audiências e a indignação da população com a empresa. “Não somos inimigos da Enel, estamos aqui para apurar as denúncias da população que está revoltada com a concessionária. Aqui é o único lugar que ela tem para falar”, explicou o vereador.
Propostas – No final da audiência o jornalista Herick Rodrigues e Jalmir Junior, apresentaram cinco propostas para o caso do menino Adrian. A primeira: formar uma comissão com membros da CPI, a família e a advogada para irem juntos a reunião e acompanhar de perto o caso. A segunda: solicitar ao Ministério Público para fazer um O Termo de Ajuste de Conduta – TAC, como foi feito no caso das famílias dos jovens do Flamengo. Terceira: intimidar os médicos que estão atendendo ao menino, por serem indicados pela empresa. Quarta: intimar os funcionários da ocorrência do dia do fio. E, quinto: enviar ofícios para o Ministério Público Estadual e Federal.