A Câmara Municipal de São Gonçalo realizou na tarde de hoje (10), uma Audiência Pública sobre Discriminação Racial e Intolerância Religiosa, presidida pelo vereador Lucas Muniz. A presidente do Conselho de Igualdade Racial de São Gonçalo, Mãe Jussara, em seu discurso enalteceu o espaço para discutir as matrizes africanas.
“O Lucas Muniz abriu as portas da Câmara para discutirmos o assunto. Há muito o que discutir, o que fazer, avançamos, mas temos que ampliar a discussão sobre a discriminação racial na cidade. Neste governo conseguimos formar o Conselho, uma lei de dez anos atrás. Agora, estamos lutando pelo fundo”, disse.
Para o advogado, Heimar Santana, a cota racial em faculdades públicas é necessária. “Não é “mimimi”, quando dizemos que há preconceito. A cota, é uma reparação do erro dos erros do passado”, explicou.
Já o estudante de engenharia de produção, Rafael Machado, falou que falta empatia no mundo, por isso, os casos de preconceito. “Ao ouvir esse debate, fiz uma reflexão. O preconceito racial, religioso, de gênero, acontece porque falta empatia. As pessoas não sabem o que é. Todos somos iguais, e temos que nos ver como seres humanos e não pela cor, raça ou gênero”, declarou o estudante.
De acordo com o representante da Comissão de Matrizes Africanas de São Gonçalo- COMASG, Pai Gilmar, muitos terreiros de umbanda, candomblé são invadidos e destruídos em São Gonçalo. Para confirmar o preconceito com a religião, a representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Aretha Salles, falou que havia recebido um pedido de uma mãe de santo para retirada de lixo em frente ao seu terreiro. “O lixeiro não recolhe lixo em frente ao terreiro, por questões religiosas. Ela me pediu e consegui atender esse pedido”, disse.
Com a participação do vereador Jorge Mariola, do Conselheiro de Igualdade Racial de São Gonçalo, Roberto Nunes, Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Aretha Salles, Conselheira da Igualdade Racial de São Gonçalo, Mãe Jussara, do Movimento Brasil Livre, Marco Antonio de Almeida e representante da Comissão de Matrizes Africanas de São Gonçalo- COMASG, Pai Gilmar.